Diga ‘adeus’ às OTAs. O futuro das viagens é totalmente digital e quem manda é o Google Travel.
O plano ambicioso do buscador é transformar sua plataforma em um produto 3 em 1 para viajantes. Ou seja, embarcar toda a jornada do viajante em um único site.
Dê mais alguns anos ao buscador de hotéis do Google e logo se perderá a necessidade de fornecedores intermediários como a Expedia, Booking.com, Kayak, Decolar e tantos outros.
Por enquanto, os hoteleiros podem respirar aliviados pois o Google Travel ainda não efetua reservas, salvo em casos específicos no Google Hotel Search.
Mesmo assim, o Google Travel continua sendo o planejador de viagens perfeito para os turistas conectados. Constantemente, a plataforma está lançando novas funcionalidades.
As últimas novidades são um alerta para você, hoteleiro, cuidar para não perder cliques para o seu maior parceiro: o Google.
Google Travel elimina a necessidade de intermediários… e de você
Se você já navegou pelo Google Travel, então sabe que a plataforma concentra praticamente todas as informações necessárias para a tomada de decisão do viajante:
- Estrutura
- Preços
- Avaliações
- Localização
- Fotos
Além de perguntas frequentes aos hoteleiros, como: se permite animais, se tem Wi-Fi gratuito, é perto de quais locais de entretenimento e quais os pontos de transporte mais próximos do hotel…
Isso nos leva a uma pergunta inevitável. Se o Google Travel tem tudo o que viajante precisa, então por que ele iria clicar no site do hotel?
O único botão que direciona para o site oficial da hospedagem é aquele enquadrado em vermelho.
Qual botão chama mais sua atenção, o do “site” ou de “reservar um quarto”? Claro que o segundo. E ao clicar nele, o viajante é enviado para a página de preços do Google, onde predominam ofertas de OTAs.
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As 3 novas funcionalidades do Google Travel
Humanos são seres práticos e previsíveis. Fez calor? Não há melhor programação do que sentir a brisa fresca do mar com um coquetel de abacaxi na mão.
Antes, porém, você precisa planejar a viagem perfeita. Você não quer ter o azar de chegar na praia em um dia de chuva – apesar disso não ser um empecilho para alguns turistas.
Logo, você abre o Google e pesquisa “voos para Florianópolis” e é direcionado para a página do Google Flights.
A plataforma é intuitiva e quase minimalista – se comparada com os sites das agências de viagens online. Em segundos, você encontra o voo mais barato para a capital.
Agora, é hora de encontrar o hotel perfeito. Na mesma página, você pula em um clique para o Google Hotéis. Completa a busca com a data da viagem, número de acompanhantes e o preço máximo que você pode pagar.
Voilá! É aqui que entram as três novas funcionalidades do Google Travel para você prestar atenção.
Desde a última atualização, agora ficou mais fácil de saber onde, quando e por quanto está o seu hotel perfeito:
1° – Onde se hospedar
A primeira opção traz dicas de locais e bairros turísticos para o viajante visitar na cidade, junto com a classificação dos usuários e a média de preço de hotéis na área desejada.
2° – Quando visitar
A segunda opção traz os meses do ano que mais atraem turistas, junto com a previsão de tempo. Além disso, o Google Travel também traz um resumo dos principais eventos anuais na cidade.
“Os principais eventos incluem o Carnaval (as datas variam; fevereiro/março), as celebrações católicas das Festas Juninas (junho) e o festival gastronômico Fenaostra (outubro).”
(Excerto da pesquisa de hotéis por estação em Florianópolis. Fonte: Google.com/travel)
3° – Quanto custa
A terceira opção é focada exclusivamente no preço médio dos hotéis por número de estrelas. O filtro mostra se a diária está normal, abaixo ou acima do valor histórico.
Tudo isso para facilitar a jornada do viajante com o mínimo de paradas possíveis.
O maior tráfego de viajantes para o site do hotel é do Google
Por que essa discussão é importante? De acordo com o Sabre, em média 49% do tráfego de hotéis é orgânico.
Em uma outra pesquisa do eMarketer, o setor hoteleiro detém 46% dos resultados de marca no Google. Isso significa que quando um viajante pesquisa pelo nome do seu hotel, a maioria dos resultados são de outros sites, inclusive do Google Hotéis:
No exemplo acima, dos sete resultados orgânicos para a pesquisa “slaviero florianopolis”, quatro são de sites que não o da própria rede hoteleira.
Atenção: a lista de resultados orgânicos foi menor que dez por causa dos anúncios e do quadro de resultados do Google Hotel Search.
O problema é que, sem o Google, você está limitado a três canais de tráfego: redes sociais, mídia paga e outros sites de reserva de hotel.
Isso significa + comissões, + anúncios pagos e menos reservas diretas…
O que o site do hotel tem que o Google Travel não tem
Por enquanto, você não vai perder tráfego para o Google Travel, pelo menos não de forma significativa.
Os primeiros a se sentirem impactados pela nova concorrência serão as OTAs. O CEO do Grupo Expedia, Mark Okerstrom, disse para o Skift que o Google é o principal concorrente da empresa.
Ainda em Novembro de 2019, as ações do Grupo tiveram seu pior desempenho já registrado no MarketWatch, quando caíram 27,39% em um dia.
O especialista em Revenue Management, Christoph Hütter, comentou sobre o caso: “Será que agora a Wall Street entendeu que, com o Google Travel, o intermediário ficará obsoleto?”.
Porém, ainda temos muito terreno para cobrir até chegar esse dia. Por enquanto, pense em como reforçar os seguintes pontos que o Google Travel não tem – o que, inevitavelmente, vai atrair viajantes para o seu site:
- Pacotes promocionais
- Valor de marca
- Storytelling
- Atendimento online
- Programas de fidelidade
Além do mais, se o viajante quiser negociar o preço da estadia, é preciso entrar em contato direto com a hospedagem, seja por telefone, e-mail, ou por um chat de atendimento no site.